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Novas regras do PIS/Pasep 2025 podem reduzir seu benefício – veja o que muda

Proposta do governo visa limitar o pagamento do abono salarial, reduzindo o teto de renda elegível e priorizando cortes fiscais

O governo federal propôs mudanças significativas no abono salarial do PIS/Pasep a partir de 2025.

A principal alteração é a redução do teto de renda para elegibilidade ao benefício, de dois salários mínimos (R$ 2.824 em 2024) para R$ 2.640 mensais. Essa medida, parte de um pacote fiscal mais amplo, busca reduzir os gastos públicos e garantir maior sustentabilidade financeira.

A proposta, apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevê ainda que o valor máximo para o benefício seja corrigido anualmente pela inflação, com o objetivo de atingir, até 2035, o limite equivalente a um salário mínimo e meio.

Segundo o governo, essa transição é necessária para equilibrar as contas públicas sem comprometer os investimentos em áreas prioritárias.

Novas regras do PISPasep 2025 podem reduzir seu benefício - veja o que muda
Pis/Pasep terão novas regras – Crédito: Jeane de Oliveira / guiadobeneficio.com.br

Justificativa e contexto econômico

As alterações propostas no PIS/Pasep fazem parte de um esforço para ajustar o orçamento federal.

Em coletiva de imprensa, Haddad destacou que o abono salarial, em sua configuração atual, tem custos elevados e precisa ser alinhado com a realidade fiscal do país. Em 2024, o benefício consumiu R$ 24,5 bilhões, sendo um suporte essencial para milhões de trabalhadores.

A equipe econômica argumenta que a reforma busca preservar os direitos dos mais vulneráveis enquanto promove maior eficiência no uso dos recursos públicos. Contudo, a medida também enfrenta críticas de especialistas e sindicatos, que apontam possíveis impactos negativos sobre trabalhadores de baixa renda.

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Quem terá direito ao PIS/Pasep em 2025?

Pelas regras atuais, os critérios para receber o abono salarial incluem:

  • Inscrição no PIS/Pasep ou no CNIS há pelo menos cinco anos.
  • Remuneração média de até dois salários mínimos no ano-base (2023).
  • Exercício de atividade remunerada por, no mínimo, 30 dias em 2023.
  • Dados corretamente informados pelo empregador na RAIS ou no eSocial.

Se a proposta for aprovada, o limite de renda será reduzido para R$ 2.640, o que impactará diretamente milhões de trabalhadores. Esse novo critério pode excluir grupos significativos de beneficiários, restringindo ainda mais o acesso ao programa.

Consequências sociais e econômicas das alterações propostas

Em 2024, cerca de 24,87 milhões de trabalhadores receberam o abono salarial, com valores que variaram de R$ 118 a R$ 1.412. No entanto, a nova proposta pode reduzir substancialmente o número de beneficiários.

Estima-se que milhões de brasileiros, especialmente os que se encontram próximos ao novo teto, deixem de ter acesso ao benefício.

Essa exclusão pode aumentar a pressão sobre outros programas sociais, como o Bolsa Família, criando um efeito cascata nas políticas de assistência social.

Além disso, líderes sindicais argumentam que a medida desconsidera o impacto da inflação sobre a renda das famílias, agravando desigualdades e ampliando o endividamento.

Valor e reajuste do benefício em 2025

Se mantida a proposta, o abono salarial continuará atrelado ao valor do salário mínimo, que será reajustado em janeiro de 2025. Assim, o benefício seguirá variando proporcionalmente aos meses trabalhados no ano-base, garantindo maior adequação ao custo de vida.

O governo também prevê que o limite de renda seja corrigido pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), promovendo uma transição gradual até 2035. Esse mecanismo busca equilibrar a redução do teto com a manutenção do poder de compra.

Grupos excluídos do PIS/Pasep

Independentemente das mudanças propostas, alguns grupos de trabalhadores não têm direito ao abono salarial, entre eles:

  • Empregados domésticos.
  • Trabalhadores rurais contratados por pessoa física.
  • Urbanos empregados por pessoa física.
  • Trabalhadores vinculados a pessoas físicas equiparadas a jurídicas.

Essa exclusão decorre das especificidades de registro e contribuição previdenciária, que não se enquadram nos critérios do programa.

Debate público e perspectivas para 2025

As mudanças no PIS/Pasep têm gerado intensos debates entre governo, sindicatos e especialistas. Enquanto a equipe econômica ressalta a importância da medida para o ajuste fiscal, críticos destacam os potenciais efeitos adversos sobre a população trabalhadora.

O Congresso Nacional terá papel decisivo na aprovação ou rejeição da proposta, com discussões previstas para as próximas semanas. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já sinalizou que a votação deve ocorrer antes do recesso parlamentar de dezembro.

Expectativas para o pagamento do abono em 2025

Apesar da incerteza sobre a aprovação da proposta, o pagamento do PIS/Pasep em 2025 deverá seguir o cronograma usual, com início no primeiro trimestre.

Beneficiários devem acompanhar as mudanças e garantir que seus dados estejam atualizados junto aos empregadores para evitar problemas no recebimento.

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Busca por maior controle fiscal

As novas regras do PIS/Pasep para 2025 refletem a busca por maior controle fiscal, mas apresentam desafios significativos para os trabalhadores de baixa renda. O equilíbrio entre sustentabilidade econômica e justiça social será o ponto central das discussões que prometem marcar o próximo ano.

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